Em 5 de fevereiro, comemora-se o Dia Nacional da Mamografia. O intuito da data é conscientizar as mulheres sobre a importância do exame. Entretanto, muitas ainda têm dúvidas sobre o que é o exame e como ele funciona – e se afastam dele por medo de dor.
Portanto, falarei sobre o único método diagnóstico capaz de diminuir a mortalidade de câncer de mama em mulheres com idade superior a 40 anos.
A detecção precoce do câncer de mama é crucial, não apenas para a sobrevivência de uma paciente, mas para sua qualidade de vida durante o tratamento do câncer e posteriormente.
Existem muitos fatores de risco que afetam a chance de desenvolver câncer. Alguns deles, como a idade ou raça de uma pessoa, têm um grande impacto e não podem ser alterados. Outros são comportamentos pessoais relacionados e podem ser controláveis.
Começo falando que, apesar de muitas mulheres acharem que sim, hoje, somente o autoexame não é o suficiente. Às vezes, por meio dele, não conseguimos sentir o tumor, portanto, ele não deve ser considerado o único método de rastreamento, ok?
A mamografia exerce um papel crucial diminuindo a incidência de tumores avançados na população feminina, pois no câncer de mama, o momento de diagnóstico é um divisor de águas crucial no prognóstico. Quanto mais cedo faço o diagnóstico, melhor o resultado. As pessoas acham que câncer de mama mata – mas não!!! O câncer de mama invasor mata. Se você faz o diagnóstico precoce em lesões pequenas, que chamamos de não palpáveis, a sobrevida é fantástica!!!
Entendendo o exame
Mas o que é a mamografia? É um tipo de exame de imagem não invasivo que utiliza a mesma radiação do raio x, mas de uma forma específica para as mamas. Os feixes são projetados especialmente para elas. Ele lembra bastante o raio x, mas as mulheres ficam numa posição um pouco incômoda, pois a mama é comprimida entre duas placas (é preciso espalhar o tecido da glândula mamária). Quando faço o exame, sinto como se minhas mamas virassem uma panqueca!!! É desconfortável, mas suportável. E o exame é rápido e não exige preparo. O aparelho que realiza a mamografia chama-se mamógrafo.
Existem dois tipos de mamografia: por rastreamento – imagens das mamas em dois ângulos diferentes; e digital – o sistema converte o exame/imagem numa foto digital para ser vista no computador.
Quando o exame apresenta suspeitas, é solicitada uma biópsia e, talvez, outros exames de imagem. O ginecologista, geralmente, solicita o exame, mas o médico responsável por cuidar das glândulas mamárias é o mastologista. E é ele quem analisará uma escala chamada BI-RADS, que categoriza os tumores quanto ao risco de malignidade.
Quanto à idade certa para realizar o exame, o recomendado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é a partir dos 40 anos. Já o Instituto Nacional de Câncer (INCA), recomenda o rastreamento entre os 50 e os 69 anos, porque nesta faixa etária há um acometimento maior da patologia.
Entretanto, fazemos diagnóstico por oportunidade e, metaforicamente falando, o tumor de mama aparece no exame a partir de 2-4 milhões de células. Muitas vezes, o tumor pode estar lá e não aparecer, e sim no ano seguinte àquele susto. Por isso, aqui indicamos o rastreamento anual. Mas o importante é que o diagnóstico de tumores maiores que 2 cm caiu muito, o que melhorou os resultados. Não estamos falando de exceções aqui, de tumores aos 20-30 anos, pois estes não fazem parte da estatística geral.
Mitos sobre a mamografia
Notícias falsas falam que a radiação emitida pela mamografia faz mal; mal faria se fizéssemos todos os dias. Entretanto, o risco associado à exposição radioativa é mínimo. O que as pessoas precisam entender é que exames de imagem trazem benefícios incomparáveis aos “riscos” que eles oferecem.
Se suas mamas são densas, a mamografia não é totalmente inútil como dizem. Ela pode detectar lesões ou nódulos e um segundo exame pode ser solicitado. E associamos metodologias.
Deixo uma dica para as mulheres que vão realizar o exame: não vá perto do período menstrual!!! Senão, a dor é maior.