Neste blog, nós iremos voltar à história, mais precisamente no fim de 1790. E sabe por que decidi fazer isso? Para esclarecer alguns dos principais mitos acerca do envelhecimento feminino.
Em 1787, a obra “Conselhos para mulheres de 40 anos” fez eco a um dos artigos do médico inglês John Fothergill, intitulado “Sobre o manejo adequado na cessação da menstruação”. O material, divulgado em 1776, no período da Medical Society of London, nos faz lembrar da forte carga simbólica que a menopausa carrega.
Naquela época, o fim do período reprodutivo feminino era encarado como uma espécie de “privação” do poder extraordinário que as mulheres detinham com a reprodução da espécie e, consequentemente, da perpetuação das gerações humanas.
Diante do envelhecimento feminino, aquelas gerações de mulheres – principalmente as menopausadas – eram tratadas como seres de segunda categoria. E apesar de todos esses anos, será que algo mudou na nossa sociedade?
Infelizmente, os avanços nesse sentido foram poucos. O que observamos, atualmente, é uma valorização e necessidade exacerbada na perpetuação da juventude. Corpos delineados e músculos definidos são altamente valorizados, enquanto o estigma do envelhecimento feminino segue persistente.
Falta de conhecimento sobre o próprio corpo também marca o envelhecimento feminino
Com a chegada da menopausa, inúmeras transformações acontecem no corpo feminino. Diante dessas mudanças, muitas mulheres esbarram em outro obstáculo: a falta de conhecimento sobre o funcionamento do próprio organismo.
Durante a perimenopausa, período que antecede a menopausa, é muito comum que as mulheres tenham atrasos menstruais e apresentem sintomas como insônia, vagina seca e aumento das ondas de calor.
Nesse momento, surge uma dúvida muito recorrente: será que estou na menopausa? E a resposta para esse questionamento é negativa. Por isso, é fundamental entender que ao longo do envelhecimento feminino, somente a ausência da menstruação por um período superior a um ano é o que define, clinicamente, a chegada da menopausa.
Além disso, o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante) acima de 25 – e estradiol baixo – também indicam o fim do período reprodutivo.
Portanto, volto a reforçar que conceitos sem a prática clínica e repleto de pedidos de exames não ajudam. E nada melhor que o envelhecimento para nos ensinar o que nenhum curso ou faculdade nos ensina: a sabedoria que vem com a experiência de vida.
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