Menstruar durante a reposição hormonal é possível?

9 de junho de 2022

Eficaz para aliviar os sintomas mais comuns da menopausa e prevenir a perda de massa óssea, a terapia feita à base de hormônios ainda gera muitas dúvidas nas mulheres. Entre as perguntas mais recorrentes, destaca-se a preocupação em menstruar durante a reposição hormonal – e será que isso é possível? 

Na realidade, o tratamento pode fazer o gosto e a vontade da paciente. Sendo assim, menstruar durante a reposição hormonal é, sim, possível. A diferença está no uso da progesterona! Não entendeu? Eu explico! 

O estrogênio é sempre contínuo porque ele é a base da reposição para os ossos, músculos e para manter os vasoespasmos (responsáveis pelas ondas de calor) diminuídos. Já a progesterona tem o objetivo de não deixar o tecido do útero (endométrio) crescer.

Nesse caso, posso escolher entre usá-la de forma contínua – ou seja, diariamente. Na teoria, esse método faz com que a menstruação seja interrompida. Entretanto, você também pode fazer o uso de forma cíclica: a cada 10 ou 14 dias.

Dessa maneira, o tecido que cresceu descama e é possível menstruar durante a reposição hormonal. Para isso ocorrer, fazemos o uso de doses menores de hormônio e, quando a menstruação não ocorre, significa que a progesterona ocupa a “cadeirinha” que o endométrio cresceria. 

Quando o uso não é cíclico, o tecido que menstrua cresce durante os dias em que não há progesterona. E quando dou a progesterona, ela ocupa esse receptor e descama o endométrio.

Controle do endométrio

A reposição hormonal nas mulheres que têm útero é importante para o controle do endométrio, que pode ser observado através do ultrassom transvaginal. Na ausência do tratamento, o tecido que menstrua é sempre menor que 5 mm. 

Quando eu faço a reposição hormonal com estrogênio e progesterona, em mulheres que têm útero, o valor vai ficar entre os valores de 7 mm e 8 mm. No entanto, o grande alerta fica quando o endométrio está em 11 mm!

Nesses casos, pode haver um quadro que deve – e merece – ser investigado com cautela. 

Creme de testosterona pode aumentar a libido durante a menopausa?

O uso de creme de testosterona em mulher é uma atividade que está altamente difundida nos dias atuais. Seja prescrito por ginecologistas, endocrinologistas, nutrólogos ou geriatras, o objetivo é apenas um: melhorar a libido das pacientes! 

Porém, parte dessas prescrições vem escrita em porcentagem e os erros são inerentes nesse momento, o que acaba levando a um aumento da concentração de testosterona no creme.

Para a segurança da paciente, o ideal é que o creme esteja prescrito em miligramas por grama (mg/g). Em mulheres, a tendência é usar doses menores que 3 mg/g, conforme deadlines (guidelines) da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), porque nesses valores a absorção equivale a 10% do prescrito.

Entretanto, a  absorção pode ser maior – ou menor – a depender da pele da pessoa. Se durante o acompanhamento a “testo” estiver muito alta, existe um erro na quantidade manipulada na farmácia ou aplicação. Independente da causa, é necessário corrigir!

Portanto, sempre que usar o creme, faça um controle da  testosterona sérica para conferir se os valores não estão superiores a 90 ou 100 – combinado?!

Ainda tem dúvidas sobre menstruar durante a reposição hormonal ou assuntos relacionados à ginecologia? Entre em contato comigo e não deixe de me acompanhar nas redes sociais!