Corrimento vaginal é comum nas mulheres

28 de novembro de 2019

Corrimento vaginal é uma das doenças mais comuns encontradas em mulheres. Tricomoníase, vaginose bacteriana e infecções fúngicas são as três causas mais frequentes da doença. Vamos falar sobre elas?

Candidíase

Vulvovaginite por Cândida é muito comum e é responsável por um terço de todos os casos de vulvovaginite em mulheres em idade reprodutiva. Além disso, 70% das mulheres relatam ter tido vulvovaginite por cândida em algum momento de sua vida. E cerca de 8% das mulheres sofrem de vulvovaginite recorrente. Enfatizo que não necessariamente a mulher precisa ter tido relação sexual, pois não se trata de DST e, sim, mais de uma predisposição. 

Fatores predisponentes estão relacionados aos lactobacilos e sua função na flora vaginal e às mudanças do pH vaginal. Na vagina, os lactobacilos têm a função de manter o pH vaginal entre 4,5 – 5,5. Alguns também produzem peróxido de hidrogênio (H2O2 ), que é tóxico para vários microorganismos. Isso pode impedir o crescimento excessivo de organismos como E. Coli, espécies de Cândida, de Gardnerella vaginalis e Mobilincus. Por isso algumas mulheres são mais predispostas do que outras – por seu fator interno em relação ao seu pH vaginal.

Lactobacilos constroem uma barreira contra o crescimento excessivo de candidíase, bloqueando a adesão de leveduras às células epiteliais vaginais através da competição por nutrientes, mas o paradoxo que é o crescimento excessivo também leva a uma patologia que pode ser confundida com candidíase, chamada vaginose citolítica.

Os fatores que mudam a flora vaginal são: 

  • Gravidez; 
  • Obesidade;
  • Diabetes mellitus; 
  • Imunossupressão (pacientes com quimioterapia ou antimetabólito, infecção pelo HIV ou pacientes transplantados); 
  • Uso de antibióticos de amplo espectro.

Os sintomas, geralmente, são preponderantes logo antes do período menstrual do paciente, após relação sexual. São eles: 

  • Irritação; 
  • Coceira; 
  • Queimação. 
  • Secreção branca grumosa parecendo nata de leite.

No tratamento, utilizam-se antifúngicos e cremes vaginais, podendo ser em tratamento único ou por semanas. É recomendado evitar umidade excessiva, sabonetes íntimos e comer muito doce.

Não há trabalhos bem desenhados que possam comprovar a melhora com lactobacilos, apesar de que in vitro, ou seja, no laboratório, pareça que algumas cepas realmente ajudem, pois mostraram que os lactobacilos podem inibir o crescimento de Candida albicans e/ou a sua aderência no epitélio vaginal. 

Os resultados de alguns ensaios clínicos apoiam a eficácia dos lactobacilos, especialmente Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus rhamnosus GR-1 e Lactobacillus fermentum RC-14, administrada oralmente ou intravaginalmente na colonização da vagina e/ou na prevenção da colonização e infecção da vagina por C. Albicans – este último realizado em 2014 com 58 mulheres.

Por que algumas candidíases não melhoram??

A vaginose citolítica é também conhecida como síndrome do supercrescimento de lactobacilos ou citólise de Doderlein. É caracterizada pelo crescimento abundante de lactobacilos, resultando em lise das células epiteliais vaginais; e, portanto, é chamado de vaginose citolítica.

Se você tem corrimento vaginal, é melhor investigar. Procure seu médico.