É um artefato colocado dentro da cavidade uterina para impedir a gestação. Existem de vários tipos. O DIU é um método seguro e eficaz de contracepção associado a poucos efeitos colaterais.
Os DIUs não medicados são menos utilizados atualmente e consistem em uma haste de polietileno impregnada com um pouco de bário para ser visualizada ao raio x. Ainda, são bastante utilizados na China.
Em nosso meio, existe o DIU de cobre ou, mais recentemente, o DIU medicado com progestágenos levonorgestrel = MIRENA.
Mecanismo de ação do DIU
A ação é principalmente na cavidade uterina. Acredita-se que o principal mecanismo de ação do dispositivo intrauterino é a transformação do ambiente uterino em um ambiente hostil aos espermatozoides, evitando a sua chegada até as trompas ou tendo efeito espermicida.
Talvez, alguma ação extrauterina com efeito citotóxico sobre o óvulo e sobre a motilidade tubária também exista.
Os DIUs não medicados agem principalmente devido a uma reação do organismo ao DIU.
Os DIUs que contêm e liberam cobre também provocam uma reação tipo corpo estranho, tendo ação tanto bioquímica quanto inflamatória sobre o endométrio. Os níveis sanguíneos de cobre não são alterados em usuárias de DIU, logo o cobre não é absorvido.
Os DIUs que liberam progestágenos, além da ação tipo corpo estranho no endométrio, causam atrofia e decidualização das glândulas endometriais, tornando o endométrio mais fino (por isto geralmente diminuem a quantidade de sangramento). Muitas pacientes entram em amenorreia, ou seja, não menstruam.
Estes DIUs medicados ainda têm ação da progesterona sobre o muco cervical, tornando-o espesso, criando mais uma barreira para os espermatozoides.
Eficácia do DIU
Os DIUs medicados são mais eficazes do que o não medicados, com chance de gestação de 0,8% e de até 3%, respectivamente.
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos mais comuns que levam à retirada do DIU são o aumento do sangramento e da cólica menstrual (exceto naqueles com progestágenos-mirena) – 5 a 15% de retirada/ano.
Infecções
As infecções relacionadas ao uso do dispositivo intrauterino ocorrem por contaminação prévia da cavidade uterina ou durante a inserção, quando pode haver contaminação da cavidade uterina pelos germes da flora vaginal. A colocação adequada, com todos os cuidados de antissepsia, NÃO aumenta o risco de infecção.
O DIU não deve ser colocado em pacientes que têm risco aumentado de doenças sexualmente transmissíveis: múltiplos parceiros, relações poligâmicas, início precoce das relações. O comportamento sexual da usuária é que determina o risco de infecção em usuárias de DIU.
Gestação com DIU na Cavidade Uterina
Existe uma chance aproximada de 50% de abortamento. O DIU pode ser removido sem a instrumentação da cavidade uterina, principalmente se em controle com ultrassom for verificado que o DIU está abaixo do saco gestacional. Este fato, todavia, não consta descrito em literatura como uso de mirena.
O uso do DIU varia de modelo para modelo, mas, em média, dura de 5 a 10 anos. Essa duração é longa, certo? Logo, é preciso pensar que o método é de longa duração e, caso queira engravidar nesse meio tempo, terá que retirá-lo. Converse com o seu médico antes de tomar a decisão.