Anorgasmia masculina

19 de fevereiro de 2020

Como o nome já diz, anorgasmia masculina é a ausência de resposta orgásmica na presença de estímulo adequado, que leva ao sofrimento pessoal e persiste por mais de seis meses – o que pode acometer alguns homens por experiências ruins. Uma falha no currículo não é distúrbio! Acontece muitas vezes em situações de estresse ou por medicações.

Junto com anorgasmia masculina, existe outra patologia de orgasmo tardio. Ele atinge tanto as mulheres quanto os homens, mas no sexo masculino é mais grave, pois esta ausência ou retardo da ejaculação é um problema que leva à infertilidade do casal e evolui com o desinteresse do homem pelo sexo e disfunção erétil.

Muitas vezes, o homem pode ter alteração da ejaculação por problemas situacionais, o cenário onde se encontra o deixa disfuncional ou pelo fato de desejar demais certa situação. Mas como podemos definir que um homem demora demais?? Boa pergunta!!

Vamos definir o tempo de latência ejaculatória intravaginal: os trabalhos mostram que, se esse tempo for maior do que 22 minutos, temos um caso de orgasmo tardio. Mas temos que nos lembrar: se a parceira não tem queixas de dor ou desconforto pela menor lubrificação, então demorar demais não será um problema.

A estatística da anorgasmia masculina é de 1 para 1000 homens, sendo que depois dos 65 anos atinge 4% dos da população masculina. As causas do orgasmo tardio são: antidepressivos, baixa testosterona, hipotireoidismo, hiperestimulação (homens que se masturbam demais) e causas psicogênicas (medo, ansiedade, questões religiosas, hostilidade, etc.).

Um quadro muito comum hoje em dia é com o uso de medicamentos para disfunção erétil de forma desnecessária. O homem tem a ereção fácil e mantida, mas não tem a excitação psicoemocional significativa ou a estimulação mental/física necessária para atingir o orgasmo e apresenta orgasmo tardio, achando que está abafando!!!

Casais em tratamento de infertilidade também podem ter orgasmo tardio. A psicoterapia ainda é o melhor tratamento para as causas não orgânicas. Para as orgânicas, devemos tratar a baixa testosterona, hipotireoidismo ou aumento de prolactina. Por se tratar de algo que depende do homem manifestar seu sofrimento, e por sabermos que homens não costumam expor suas insatisfações, cabe à parceira este papel de ajudar e orientar a necessidade de uma avaliação médica – assim como quando o seu parceiro tem ejaculação precoce.

Ejaculação precoce

A ejaculação precoce (EP) é um dos distúrbios sexuais masculinos mais comuns e estima-se que ocorra em 4-39% dos homens na comunidade em geral.

Sua definição é: ejaculação persistente ou recorrente com estímulo mínimo antes, na ou logo após a penetração e antes da pessoa o desejar, sobre a qual o doente tem pouco ou nenhum controle voluntário que causa incômodo ou sofrimento ao paciente e/ou seu parceiro.

Lembra do termo de latência ejaculatoria intravaginal? Então, o tempo médio é de mais ou menos 6 minutos; para orgasmo tardio, 22 minutos; e para ejaculação precoce, menos de 1 minuto e meio. Esta situação é mais constrangedora para o homem e frustrante para a mulher, e o mais curioso é que este termo e identificação da ejaculação precoce só tiveram início com a emancipação sexual feminina!!! Como? Antes a mulher nem sabia que tinha direito ao orgasmo, então não havia métrica. Quando, finalmente, a mulher teve direito de exigir do parceiro a sua dose de prazer, o homem que tem uma ejaculação muito rápida foi identificado.

No mundo, temos tempo de ejaculação diferenciado por raça; um estudo recente de Kinsey  identificou que homens asiáticos têm menor tempo de ejaculação do que os caucasianos, que, por sua vez, têm menor tempo de ejaculação do que os afro-caribenhos, sugerindo que algumas raças são mais “sexualmente reprimidas” do que outras.

Schapiro, em 1943, sugeriu que a ejaculação precoce é um distúrbio psicossomático devido a uma personalidade psicologicamente excessiva em homens mais jovens. O envelhecimento diminui a EP, mas alguns fatores pioram, como alto nível educação, divórcio, presença de fobia social e diabetes.

A boa notícia é que há uma variedade de medicamentos diferentes, que atuam central ou localmente para retardar o controle psiconeurológico da ejaculação e subsequente orgasmo. Mas deve haver uma associação e aconselhamento psicossexual combinado com tratamento farmacológico e o treino da manutenção do controle ejaculatório.