Síndrome da Tensão Pré-menstrual

6 de março de 2020

Também conhecida por TPM, a Síndrome da Tensão Pré-menstrual é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos que chegam a interferir significativamente na vida da mulher. Trata-se de uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social.

Seu início ocorre, em média, aos 26 anos de idade e tende a piorar com o tempo. As mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum problema depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor. As mulheres que tiveram depressão pós-parto (uma condição considerada benigna) também estão mais sujeitas à síndrome da tensão pré-menstrual. A tendência hoje é acreditar que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de sistema nervoso central.

O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos.

Principais Sintomas
  • Psicológicos: irritabilidade (nervosismo), nervosismo, descontrole das ações ou emoções, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia (lentificação para fazer as coisas), depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração), sensação de cansaço, ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva), confusão, esquecimento freqüente, baixa autoestima, paranóia, hipersensibilidade emocional, ataques de choro;
  • Gastrintestinais: dores abdominais, inchaço, constipação, náusea, vômitos, sensação de peso ou pressão na pelve;
  • Dermatológicos: acne, inflamações na pele com coceira, agravamento de problemas dermatológicos preexistentes;
  • Neurológicos: cefaleia (dores de cabeça), tonteira, desmaios, entorpecimento, irritabilidade, sensação de zumbido, machucar-se facilmente, contrações musculares, palpitações, descoordenação dos movimentos;
  • Outros: aumento da retenção de líquido causando sudorese fácil, intumescimento das mamas, mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas) e ganho de peso periódico, diminuição do volume da urina (o que contribui para a retenção de líquido). Aumento da predisposição a alergias e gripes, alterações visuais (talvez devido a retenção de líquidos), conjuntivites (não necessariamente infecciosa), palpitações do coração, dores menstruais, diminuição da libido (desejo sexual), mudanças no apetite (para mais ou para menos), ondas de calor, desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas.

Deve ser realizado um controle objetivo do ciclo menstrual (através de um diário) pelo período mínimo de dois ciclos. Devem ser excluídos outros transtornos como hiper ou hipotireoidismo, perimenopausa, enxaqueca, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável ou exacerbação pré-menstrual de doenças psiquiátricas; depressão, que pode se intensificar nesse período (magnificação pré-menstrual).

História, exame físico cuidadoso, avaliação endócrina ginecológica quando o ciclo menstrual é irregular, perfil bioquímico, hemograma e TSH para excluir condições médicas que podem apresentar sintomas que simulem uma TPM. Também é importante fazer o diagnóstico diferencial com a condição psiquiátrica: distúrbio disfórico pré-menstrual.

Como se identifica a TPM?

Durante o intervalo de 12 meses a mulher deverá ter apresentado na maioria dos ciclos pelo menos cinco dos sintomas abaixo:

  • Humor deprimido;
  • Raiva ou irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Falta de interesse pelo que se costuma gostar;
  • Aumento do apetite;
  • Insônia ou hipersonia;
  • Sensação de falta de controle sobre si mesmo;
  • Algum sintoma corporal.
Medidas preventivas são igualmente importantes e incluem:
  • Orientação: explicar que a TPM não é grave e que os sintomas podem variar a cada ciclo;
  • Modificações alimentares com diminuição da gordura, sal, açúcar e cafeína (café, chá, bebidas à base de colas);
  • Fracionamento das refeições;
  • Dieta com boas fontes de cálcio (leite e iogurte desnatado) e magnésio (espinafre), diminuição da ingestão de álcool;
  • Parar de fumar;
  • Fazer exercícios regulares (aeróbicos: 20 minutos 3 vezes por semana);
  • Manejar o estresse.
Como se Trata a Síndrome da Tensão Pré-menstrual?

Com modificação na dieta, aumentando a quantidade de proteínas e diminuindo o açúcar, o sal, o café e o álcool. Fazendo exercícios regularmente, evitando o estresse, suplementando a dieta com vitamina B6, cálcio e magnésio.

As alternativas medicamentosas são com contraceptivos orais e com antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Recentemente a FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso da fluoxetina para o tratamento da TPM nos EUA.

Calorias

Para uma vida saudável, nosso organismo requer diariamente um aporte de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais. Esses nutrientes podem ser obtidos através de uma dieta balanceada sem prejuízos do prazer de “comer Bem”.

Entretanto, é importante saber escolher e substituir os alimentos de seu cardápio diário.

Bom apetite!