Anticoncepcional falha?

20 de março de 2020

Muitas mulheres têm medo de o anticoncepcional falhar; entretanto, se você seguir corretamente as instruções abaixo, a taxa de falha deste método de contracepção será realmente muito baixa, na ordem de 1 em 400.

Como tomar o anticoncepcional? A primeira cartela deve iniciar-se no primeiro dia da menstruação. Assim, você estará protegida imediatamente. Algumas marcas de pílula contêm a mesma dose de hormônio em cada pílula – são chamadas monofásicas. Outras marcas têm doses diferentes, são bifásicas: duas doses diferentes dividindo o ciclo em duas fases hormonais diferentes. Há, ainda, as trifásicas e as de última geração, quadrifásicas.

Independentemente do tipo que você usa, adquira o hábito de tomá-la na ordem correta. Continue a cartela, tomando um comprimido aproximadamente à mesma hora do dia sempre. Quando esta cartela terminar, fique sete dias sem tomar um comprimido. Você normalmente apresentará algum sangramento durante esta semana sem pílula. 

A cartela subsequente inicia-se após os sete dias sem pílula. Sua rotina será, então, da seguinte forma: 21 dias – uma pílula por dia; sete dias – sem pílulas, e assim sucessivamente. Estará protegida todos os 28 dias. A falha está ligada ao ato de tomar o anticoncepcional de forma irregular. Em pouquíssimos casos, a falha pode ocorrer por má absorção causada por vômitos, diarreia ou uso de algumas medicações que diminuam a absorção do hormônio.

Você deve estar se perguntando: como o anticoncepcional funciona? Respondo: o anticoncepcional é um hormônio fabricado em laboratório que apresenta uma forma semelhante ao hormônio produzido pelo corpo (que chamamos de hormônio endógeno). Quando você toma o comprimido, ele vai para o estômago, fígado e cai na corrente sanguínea, passando na frente do cérebro, que entende a seguinte mensagem: “já tem hormônio”, e ele (que também não é bobo) responde: “então não vou produzir nada”. A ausência da produção de hormônio pelo cérebro inibe a ovulação. Assim, nossos ovários ficam em repouso, quietinhos, com todos os óvulos ali guardadinhos para o futuro uso. Não é fantástico?!

O que mais me surpreende é que muitas pessoas dizem: não vou tomar anticoncepcional, pois é hormônio demais. Não, não é. O anticoncepcional é um hormônio que inibe a ovulação deixando seus ovários em descanso. Você não ovula e então não tem TPM, não fica irritada, chorosa, com vontade de comer doce. Isto não é maravilhoso? Alguém já viu homem de TPM? Não. Porque eles não têm flutuação de hormônios, não alteram o humor, não incham,ou sejam, não têm TPM!

Assim, creio que todo mundo deveria tomar anticoncepcional para inibir a ovulação, pois ovular sem querer engravidar me parece totalmente descabido. A natureza só quer que tenhamos filhos, um atrás do outro. E que amamentemos. Este período de gravidez e lactação gera a anovulação que nos protege de câncer de ovário, câncer de mama e outras patologias hormônio dependentes. Lembram do tempo em que nossas avós, bisavós e tataravós tinham dez filhos, amamentavam, ficavam um montão de tempo sem ovular? É para isso que a natureza nos criou, mas contrariando a natureza, começamos a viver mais, engravidar menos e mais tarde, então devemos nos proteger.

Vantagens do uso de anticoncepcional para diminuir risco de câncer ovário e endométrio

Estudos têm demonstrado de forma consistente que o uso de contraceptivos orais reduz o risco de câncer de ovário. 

Em uma análise de 1992, de 20 estudos sobre o uso OC e câncer de ovário, os pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que o risco de câncer de ovário diminui com o aumento da duração do uso da pílula anticoncepcional. Os resultados mostraram uma diminuição de 10% para 12% em risco após um ano de uso, e cerca de uma diminuição de 50% após cinco anos de uso.

Desvantagens do uso de anticoncepcional

O risco de uma mulher desenvolver câncer de mama depende de vários fatores, alguns dos quais relacionados com seus hormônios naturais. Fatores hormonais que aumentam o risco de câncer de mama incluem condições que podem permitir que altos níveis de hormônios persistam por longos períodos de tempo – como início da menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), menopausa em idade tardia (depois dos 55 anos ), ter um primeiro filho depois dos 30 anos, e não ter filhos.

Os estudos são contraditórios e não conseguimos de forma aceitável relacionar um real vínculo entre o uso de anticoncepcional e desenvolvimento de câncer de mama. Quanto ao risco de câncer de fígado, também não há estudos confiáveis que liguem os dois fatos.

Sintomas variáveis que algumas mulheres apresentam com o uso de anticoncepcional:

  • Seios maiores;
  • O ganho ou perda de peso;
  • Náusea;
  • Sensibilidade emocional antes da menstruação;
  • Sangramento irregular ou spotting (pequeno sangramento irregular que cabe num absorvente íntimo);
  • Mastalgia (dor mamária);
  • Diminuição da libido.