Dicas para preparação do parto – Parte I

29 de outubro de 2020

Vamos às duas primeiras dicas para preparação do parto? No último post do blog falei sobre a preparação para o parto saudável, hoje volto com duas dicas e, na próxima semana, mais três!

Prática de parto saudável nº 1: Deixe o trabalho de parto começar por conta própria (Amis, 2009).

Na maioria dos casos, a melhor maneira de garantir que o bebê está pronto para nascer e que o corpo da mãe está pronto para dar à luz é deixar o trabalho de parto começar sozinho. Nas últimas semanas de gravidez, o bebê desce pela pelve maior para pelve menor, o colo do útero amolece e o músculo uterino se torna mais receptivo à ocitocina. Os pulmões do bebê amadurecem e ele coloca uma camada protetora de gordura na pele (caseo).

Cada dia faz diferença na maturidade do bebê e capacidade de fazer a transição para a vida fora do útero (Kamath, Todd, Glazner, Lezotte, & Lynch, 2009). A indução eletiva do parto pode ser indicada quando a avaliação médica prevê que a espera aumenta riscos do bebê; se indicada fora deste contexto, não só aumenta a incidência de padrões de frequência cardíaca fetal inadequada como fetos prematuros.

Induzir o parto não é isento de riscos para o bebê; esta indicação deve ocorrer com avaliação medica rigorosa para não aumentar a necessidade de reanimação neonatal e aumentar a probabilidade de baixo peso ao nascer (Goer et al., 2007).

Toda mulher grávida precisa saber que é mais saudável e seguro para a mãe e o bebê deixar o trabalho de parto começar por conta própria.
Lógico que, frente ao risco de fetos grandes demais, pós-datismo (quando o bebê continua além da data provável do parto) e outras indicações levadas em conta, risco e benefício devem ser considerados.

Prática de Parto Saudável nº2: caminhar, mover-se e mudar de posição durante o trabalho de parto (Shilling, 2009).

A movimentação durante o trabalho de parto ajuda a mulher a lidar com contrações fortes e dolorosas, ao mesmo tempo que ajuda o bebê a se mover suavemente para a pelve e canal de parto. A dor das contrações é uma estrada a ser seguida para a parturiente. Por mais estranho que pareça, é a dor que faz a mulher se mover e é a movimentação e a dor que fazem com que o parto evolua. É a resposta ao que sente, tentando encontrar conforto.

Quando falamos sobre conforto, é encontrá-lo de várias maneiras, incluindo: movimento, água morna, rebolar na bola, tudo isso ajuda no progresso do parto. Quando as mulheres são capazes de lidar com contrações cada vez mais fortes, quantidades crescentes de ocitocina são liberadas e isso mantém o trabalho de parto progredindo.

O movimento em resposta à dor também protege o bebê e o canal do parto, especialmente durante a contração. A pesquisa apoia que caminhar, mover e mudar de posição podem encurtar o trabalho de parto; são formas eficazes de alívio da dor e estão associadas a menos padrões de frequência cardíaca fetal não estimulantes, menos lesões perineais e menos perda de sangue. Andar durante a primeira fase do trabalho de parto diminui a probabilidade de cirurgia cesariana e partos com fórceps e extração a vácuo (Storton, 2007).

Toda mulher grávida precisa saber que andar, mover-se e mudar de posição durante o trabalho de parto ajudam no progresso, aumentam o conforto e diminuem o risco de complicações.

Vá para o banho.
Ande.
Movimente-se!