A gestrinona tem sido usada há muitos anos para o tratamento de patologias que estão relacionadas a um aumento da produção do estrogênio; este hormônio pode causar sangramentos e crescimentos de miomas, além de ser uma ótima escolha para o tratamento de endometriose, por ter uma grande capacidade de inibir sangramentos. Para tais usos, existe uma gama grande de trabalhos na literatura que sustentam bons resultados.
Já na menopausa, esse tratamento não é um protocolo, mas pode ser mais utilizado no que chamamos de perimenopausa – período de transição – que pode vir com aumento do sangramento, sendo a gestrinona uma opção para controlar alterações hormonais nesta fase.
Gestrinona no cérebro
A gestrinona atua, como sempre explico, como um inibidor da ovulação e, muitas vezes, da menstruação. Dependendo da dose que utilizamos, seu papel é enganar o cérebro de forma que este não produza os hormônios de forma cíclica.
A função da gestrinona é muito boa para os quadros em que o estrogênio leva a sintomas que comprometem a qualidade de vida da mulher, como TPM, sangramento excessivo e endometriose; isso faz com que seja muito indicado para inibir a ovulação e, consequentemente, a menstruação.
Então, as pacientes com grandes anemias por sangramento ou TPM que comprometem a sua qualidade de vida, com miomas grandes, podem utilizar este método para tratamento clínico da doença.
Ação androgênica da gestrinona
Ação androgênica é a ação da testosterona liberada pela gestrinona.
Ao ligar-se ao SHBG, a gestrinona libera a testosterona guardada. Isso leva ao aumento da massa muscular por aumento da produção de proteínas – por isso, precisa malhar!!!
Há aumento dos glóbulos vermelhos para levar mais oxigênio para o músculo, dos osteoblastos que produzem osso – melhorando-o – e, um pouco, do apetite, dependendo da dose, pois o corpo quer ganhar energia para ganhar músculo. Sendo assim, devemos manter uma dieta.
A maior parte do peso que aparece na balança é agua dentro do músculo que deve ser usada pelo exercício, senão não tem benefício.
Se você está acima do peso, não se beneficiará com esta medicação; na verdade, terá alterações do metabolismo do açúcar e colesterol.
Efeitos adversos da gestrinona
A gestrinona tem um efeito adverso que precisamos tomar cuidado; seu mecanismo é diminuir o que chamamos de SHBG (o carrinho que transporta testosterona). Ao termos esta diminuição do SHBG, a insulina começa a aumentar e repercute em algo que chamamos de resistência à insulina.
Sabe o que é isso??
Cada vez que comemos um carboidrato, a quantidade de insulina liberada leva a um acúmulo de gordura!!! Isso porque a insulina é um hormônio anabólico; ela faz o açúcar entrar na célula, mas como ela está funcionando mal, o excesso de insulina leva a um depósito maior de gordura, principalmente na barriga.
Assim, a gestrinona altera a resposta à insulina e a paciente deve manter dieta e exercício.
Isso aparece com o aumento de triglicerídeos e aumento da insulina nos exames de laboratório. Por isso, é importante estar no peso certo para usar a gestrinona. Se você está acima do peso, não é boa candidata para tal uso.