Hoje falaremos sobre os tipos de aborto, as chances de uma mulher abortar e os motivos pelos quais isso pode acontecer.
Aborto químico
Você já ouviu o termo aborto químico??
Sabe quando você faz um exame de beta hCG e dá positivo?? Tem poucos dias de atraso e ainda não aparece nada no ultrassom e, de repente, você menstrua! Essa ocorrência é o aborto químico ou bioquímico e, em geral, ocorre antes das 6 semanas de gestação.
Quais suas causas? Por que temos abortos antes de 6 semanas?
Para a preservação da espécie. Por isso, ocorrem antes do desenvolvimento do embrião como um fenômeno ‘fisiológico’, que impede que concepções afetadas por malformações estruturais graves ou aberrações cromossômicas incompatíveis com a vida progridam para a viabilidade. Sabemos que 85% destes embriões representam malformações e ¾ são casos de cromossomos patológicos.
A boa notícia é que a grande maioria não é hereditária e a incidência diminui progressivamente com o número de gravidezes subsequentes.
Aborto espontâneo
O que é o aborto espontâneo?
É aquele em que temos um beta aumentando, além do exame de ultrassom confirmando a existência de gravidez intrauterina – ou, ainda, se você elimina o conteúdo, é possível fazer o diagnóstico por um exame anatomopatológico.
Conforme falamos antes, a diferença entre o aborto químico e o espontâneo é que, no primeiro, você só sabe porque fez o beta; se fosse como antigamente, acharia que era só um atraso menstrual.
Os abortos espontâneos podem ser subdivididos em perdas precoces da gravidez (antes da 12ª semana de gestação) e perdas tardias da gravidez (12ª a 21ª semanas de gestação).
O grande problema dos abortos estão na angústia materna que geram e, diferente de antes, temos menos gestações, não como antigamente em que a mulher engravidava muitas vezes e as perdas ocorriam e, na falta de tecnologia e desconhecimento, nada podia ser feito. Hoje, temos o conhecimento que pode tratar, prevenir e diagnosticar as causas de aborto.
Chances
Quais as chances de uma mulher abortar??
Sabemos que nós, seres humanos, somos ineficientes do ponto de vista reprodutivo – é difícil engravidar e, geralmente, quando engravidamos, é de um único filho e temos 30% de perda (abortamento)!!
A idade é um fator que piora nossos resultados: se somos jovens entre 20-24 anos, o abortamento ocorre em 10% das mulheres, mas dos 40-44 anos, chegamos a 51% de evolução desfavorável.
Então, planeje sua maternidade, se possível, programe-se e procure um médico quando decidir engravidar. Congele óvulos se quiser aumentar suas chances.
Os trabalhos mostram entre 30-35 anos bom custo-benefício. Como sempre falo, o ideal, ideal mesmo, seria aos 20 anos, quando somos muito, muito férteis!! Mas, infelizmente, não temos o $$!
Não postergue decisões.
O tempo não para!!
Abortamentos de repetição: por quê??
Chamamos abortamento de repetição quando temos 3 abortamentos, ou mais.
Entretanto, hoje em dia, com 2 abortos, algumas sociedades pedem para investigarmos as causas.
A mais frequente relaciona-se ao cariótipo de um dos parceiros – o que quer dizer isso? Cariótipo é um conjunto de cromossomos. Somos 23 pares de cromossomos, sendo que um deles é o sexual: ou XX ou XY, o bebê é formado pela metade dos cromossomos da mãe e metade do pai, eles se entrelaçam como uma trança e neste momento podem ocorrer erros, principalmente se um dos dois já tiver alguma alteração em seus cromossomos.
Existe a dúvida se devemos ou não fazer a pesquisa genética destes casais, e se devemos deixá-los engravidar espontaneamente ou encaminhá-los a um serviço de reprodução assistida para fazer a fertilização e fazer a biópsia do embrião antes de colocá-lo no útero materno – isso se chama diagnóstico pré-implantacional.
Os trabalhos mostram que isso pode ser benéfico em casais com infertilidade coexistente, mas em casais com fertilidade comprovada, a taxa de nascidos vivos parece ser comparável ou talvez até maior após a concepção espontânea, ou seja, a fertilização não supera a natureza quando a mulher pode engravidar.