Vacinação para prevenção de HPV e câncer de colo uterino

21 de janeiro de 2021

A vacinação é o melhor caminho para a prevenção do HPV e do câncer de colo uterino.

O controle abrangente do câncer do colo do útero, que é o pior desfecho da infecção, inclui prevenção primária (vacinação contra o HPV, uso de preservativos, orientação de comportamento sexual), prevenção secundária (triagem e tratamento de lesões pré-cancerosas) por meio de colposcopia e citologia oncótica e prevenção terciária (diagnóstico e tratamento do câncer invasivo do colo do útero).

As vacinas que protegem contra os HPV 16 e 18 são recomendadas pela OMS, pois como disse no post anterior, estes dois subtipos causam 70% dos tumores. Em nosso meio, os postos de saúde fornecem a vacina tetravalente, ou seja, contra 4 subtipos de HPV. Como funciona a vacina?? Ela estimula a formação de anticorpos que combatem os subtipos 6, 11, 16 e 18.
 
Meninas entre 9 a 14 anos devem tomar DUAS DOSES (em um intervalo de 6 meses), antes do início da vida sexual. Para meninas maiores de 15 anos, o esquema é de 3 doses (0-2-6 meses). Se você é mãe de menino: idade entre 11-14 anos. A vacina é a medida mais eficaz em relação ao câncer de colo uterino em termos de saúde pública. O maior fator da falta de adesão a vacina é o desconhecimento da mesma e seus benefícios, além do medo de reações adversas.
 
Os adolescentes começam a se envolver mais na decisão de tomar a vacina a partir dos 14 anos de idade, quando estão em um relacionamento e iniciaram vida sexual, mas nesse momento muitos têm relação sexual antes do efeito máximo da vacina. Cabe a cada mãe e pai conversar sobre o sexo e a importância do uso do preservativo. O mais importante é fazer com que o adolescente entenda que não é porque tomou a vacina que está imune e, mais do que isso, que não terá a infecção pelo HPV. A vacina tem o objetivo de diminuir a evolução para tumor, causado por aquelas infecções persistentes, não evitar que você pegue o HPV!!!
 
Um dos fatores que mais causam a diminuição da adesão à vacina estão nos comentários deturpados e visões errôneas disseminados em veículos de comunicação e redes sociais, isto prejudica a ação pública de combate. Além da incapacidade de muitos pais de lidarem com o amadurecimento de seus filhos e seu caminho para uma vida sexual ativa e acreditarem que ao vacinarem seus filhos e filhas os mesmos adotarão comportamentos sexuais desfavoráveis e arriscados.
 
A ação educativa de nós, médicos, pais e escola é fornecer conhecimento e informação transparente para orientar nossos jovens. Tapar o sol com a peneira ou negar o crescimento de nossos pequenos não é o melhor caminho.

Como me disse um adolescente outro dia: meus pais não sabem que se eu quiser ver sexo é só ver na internet de graça???