Progesterona transdérmica funciona? Essa é uma pergunta que recebo em meu consultório e, por isso, decidi falar sobre. Todas as diretrizes indicam que, para as mulheres que têm útero, ao tratarmos a menopausa com estradiol, devemos associar progesterona. Você sabe o porquê?
Na menopausa usamos estradiol para repor a perda, e a progesterona tem sua função como protetor do tecido endometrial (tecido menstrual).
Já sabemos que a progesterona micronizada (bioidêntica) fornece uma proteção ao tecido que menstrua adequadamente, sem interferir em demais sistemas como colesterol ou pressão arterial – e não nos restam dúvidas.
Mas o uso transdérmico (creme pela pele) tem uma limitação, pois não protege o endométrio – isso quer dizer que ela não mantém o tecido sem crescer. A absorção por essa via é de 10%, então para uma boa absorção adequada pela pele, o tipo de progesterona deve ser diferente, e não a bioidêntica.
Assim, na menopausa, utilizar cremes de progesterona micronizada pelos estudos e pareceres das sociedades pode levar a uma falta de proteção do tecido que menstrua, aumentando o risco de tumor de endométrio – não é uma opinião, são estatísticas!
Então, se você está na menopausa e faz uso de progesterona transdérmica, fique atenta à atividade endometrial de seu útero!! As diretrizes e os estudos observacionais não permitem todavia o seu uso em detrimento das outras formas de progesterona, como via oral ou sistema intrauterino através do DIU de progesterona.
Se você usa progesterona transdérmica na reposição hormonal, verifique o controle de seu endométrio e fique atenta aos sangramentos uterinos que possam ocorrer.
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