Tudo o que você precisa saber sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

14 de janeiro de 2022

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino bastante comum entre as mulheres, atingindo de 6 a 10% dessa parcela da população. Caracterizada pela ausência de menstruação e aumento do nível de alguns hormônios, a SOP pode ocorrer por diversos fatores. 

Para esclarecer as dúvidas mais recorrentes acerca do assunto, separei alguns dos principais fatores relacionados à Síndrome dos Ovários Policísticos que você precisa saber:

  • A mulher que tem SOP ovula menos, por isso terá menos chances de engravidar.
  • Alguns sintomas da síndrome podem ser controlados com o uso de anticoncepcional. Mas há outras formas de tratamento, como dieta e atividades físicas, que regulam o mecanismo da insulina e proporcionam uma melhora de mais de 80%. Contudo, poucos pacientes seguem a dieta de forma contínua.
  • Pode haver um aumento anormal dos hormônios andrógenos devido à alteração da ovulação e aumento do “LH”, que causa pele oleosa e acne.
  • Para tratar a síndrome, mudar os hábitos é necessário. Desde a alimentação à exercícios físicos, pois melhora a resistência insulínica, a fertilidade e regula a ovulação.
  • Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres.
  • Na gravidez, por motivos ambientais, o feto pode ser formado com SOP e levar durante a vida adulta – e esse é um tema que explico com detalhes a seguir.

O desenvolvimento fetal pode levar à SOP durante a vida adulta

Quando a mulher engravida e o feto tem uma condição intrínseca – ou seja, dele mesmo associado a um fator ambiental – isso pode gerar um espaço propício para a formação da Síndrome dos Ovários Policísticos.

Durante o pré-natal, causas gestacionais como a dieta restritiva, deficiência placentária, diabetes gestacional e doença hipertensiva da gestação devem ser tratadas e monitoradas. É importante ressaltar que todos esses fatores podem provocar um comprometimento da oxigenação fetal, fazendo com que o feto entre num estado catabólico e de perda de peso.

Para sobreviver, o feto entra em restrição de gasto energético e o sangue é direcionado para órgãos nobres, como o coração, cérebro e adrenal –  glândula que fica na parte superior do rim, responsável pela liberação de corticóides que levam à resistência da insulina no feto. Isso se apresenta como uma necessidade de obter mais insulina, pois aquela que está sendo produzida não tem uma eficiência adequada.

Resumindo: não tem capacidade necessária para fazer com que o açúcar entre na célula, e isso provoca uma série de alterações por conta dessa falha.

Os fetos macrossômicos (mais de 4kg), diferente do que muitos pensam, apresentam os maiores riscos de desenvolver alguma patologia. Os de baixo peso (menos de 2,5 kg) também estão vulneráveis, já que esses bebês têm mais chances de manifestar irregularidades menstruais, hiperandrogenismo ou ovários policísticos durante a vida adulta.

Síndrome dos Ovários Policísticos: peso da gestante também é importante

Se a gestante não cuidar da dieta e sofrer com pressão alta, diabetes ou outro quadro que leve a uma redução do fluxo sanguíneo para o bebê, isso pode acarretar diversos problemas futuros – e um deles é a Síndrome dos Ovários Policísticos.  

Nesse caso, ocorre o que chamamos de hipóxia, que nada mais é do que a diminuição de oxigênio para o feto, fazendo com que o corpo deixe o sangue direcionado para o cérebro, coração e glândula supra renal.

E qual a função dessa glândula? Ela é responsável pela produção de corticoide, que diminui a perda de peso e também faz com que haja um amadurecimento pulmonar e cerebral mais rápido. Ao longo da vida, essa manobra terá um preço mais alto, pois esses bebês terão mais chances de desenvolver diabetes e a Síndrome do Ovário Policístico.

Ou seja, o pré-natal é essencial para evitar a Síndrome dos Ovários Policísticos e outras condições. Você gostou do conteúdo? Compartilhe com alguém que também tem dúvidas sobre a SOP!

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