Uma dúvida bastante comum entre as mulheres que chegaram à menopausa, período que representa o fim da fase reprodutiva feminina, costuma envolver a possibilidade de permanecer usando o Dispositivo Intrauterino – será efetivo o uso do DIU durante a menopausa?
Para muitas pacientes, o fato de não conseguir engravidar naturalmente, já que o corpo deixa de produzir a quantidade necessária de hormônios para maturação do óvulo, gera incerteza quanto à sua utilização. Mas será que o DIU serve apenas para evitar uma gestação?
A resposta é simples: não! A efetividade vai muito além da função contraceptiva. Para mulheres que estão nessa fase da vida, o uso do DIU durante a menopausa pode ajudar com as ondas excessivas de calor, alterações de humor e, principalmente, com a reposição hormonal.
No entanto, recomendamos que o uso do DIU durante a menopausa seja feito com progesterona. Esse dispositivo faz com que o endométrio, tecido localizado no interior do útero e que é modificado durante o ciclo menstrual, não cresça durante a reposição hormonal. Existem trabalhos e diretrizes que respaldam essa conduta.
A seguir, listei algumas das principais vantagens em fazer uso desse tipo de DIU:
- Duração de 5 anos;
- É seguro;
- Não precisa tomar todos os dias;
- Não tem relação com o SHBG – sendo assim, não provoca alterações na massa magra;
- Convênio cobre o endoceptivo com hormônio para a anticoncepção, mas não para a reposição hormonal.
Qual tipo de DIU durante a menopausa é mais indicado?
Para entendermos esse cenário, começo reforçando um fato que, apesar de parecer óbvio, não é compreendido por muitas mulheres: para cada quadro clínico, existe uma indicação específica.
Sabendo disso, vamos falar sobre a reposição hormonal com estradiol. Esse tratamento é indicado para as pacientes que sofrem com as ondas de calor, apresentaram alterações geniturinárias (perda de urina, desconforto durante a relação sexual, secura vaginal, etc.) ou perda óssea. Somente!
Porém, se o tecido do útero (endométrio) crescer durante a reposição hormonal, deverá ser tratado, pois, se expandir, pode malignizar. A progesterona micronizada bioidêntica protege o endométrio e pode, além de tudo, melhorar o sono. Também não tem nenhum efeito adverso importante e nem oferece risco às mamas.
O DIU de levonorgestrel, cuja eficiência em proteger o endométrio (principalmente nas pacientes que, durante a transição – perimenopausa – apresentaram sangramento excessivo) foi comprovada por muitos trabalhos e é outra boa opção. Ele também apresentou eficácia no caso das mulheres que não querem tomar medicação ou sentem muita tontura com a ingestão – afinal, nem todo mundo tem os mesmos problemas. E sabe por quê?
Porque não somos iguais e não existe somente uma saída. Costumo ressaltar durante as minhas consultas que nossas decisões, como profissionais, são baseadas no que será melhor para cada mulher. Isso significa que nenhum método é melhor ou mais moderno, mas que cada um representa uma solução diferente.
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