Educação sexual: conversar com o filho sobre sexo é importante

4 de fevereiro de 2022

A adolescência é uma fase de transformações físicas e hormonais. A curiosidade aflora e os jovens começam a questionar sobre tudo e, mais do que isso, querem vivenciar novas experiências. Nesse momento, surge o questionamento: por que conversar com o filho sobre sexo é importante?

Para muitas famílias, conversar com o filho sobre sexo ainda é um tabu. Conheço muitos pais que ficam apavorados ao pensar a respeito deste assunto, mas você sabia que é nessa fase que a ausência de diálogo pode trazer muitos problemas?

Com a expansão da internet, muitos jovens passam a maior parte do tempo navegando nas redes sociais. Eles entram em contato com os mais variados tipos de assunto e informações que, muitas vezes, podem entrar em conflito com os conceitos de suas famílias. Essa divergência pode provocar confusão, fazendo com que o adolescente se sinta perdido, assim como os seus pais.

Atualmente, a gente tem uma necessidade muito maior de diálogo com esses adolescentes, com o objetivo de evitar que eles assumam comportamentos de risco – afinal, nessa fase eles querem experimentar e vivenciar tudo. Mas com o tempo, os hormônios – que estão à flor da pele – se tranquilizam e o amadurecimento faz com que eles encontrem parceiros mais constantes.

Por isso, reforço a importância de conversar com o filho sobre sexo de forma clara, alertando sobre os riscos que uma relação desprotegida pode oferecer à saúde e dos cuidados necessários para a prevenção de uma gestação precoce e de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)

Não existe idade certa para dar início à vida sexual

Conversar com o filho sobre sexo também influencia nessa decisão, que depende muito do preparo individual do adolescente, das conversas que teve com seus pais ou responsáveis e do grau de intimidade que ele tem com o seu parceiro, do que com a idade.  

Se formos avaliar essa questão com base em estudos norte-americanos, temos o seguinte cenário: 15% dos adolescentes tiveram sua primeira relação sexual heterossexual (com penetração vaginal) antes do 15º aniversário. Isso significa que, anualmente, cerca de 54% dos jovens – com idade abaixo dos 18 anos – iniciam a vida sexual.

No entanto, é preciso ter cautela – principalmente quando se diz respeito às meninas. O início da vida sexual, quando ocorre de forma precoce, pode elevar o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e de gestações indesejadas durante a adolescência. E os motivos que levam a essas circunstâncias são inúmeros. 

Primeiramente, quando somos muito jovens, nossas escolhas são pautadas muitas vezes no prazer momentâneo. Com menos capacidade de discernir o que é certo e errado, acabamos nos envolvendo com pessoas erradas e tendo atitudes insensatas.

Por isso, a minha dica é de sempre conversar com o filho sobre sexo, para que dê início a sua vida sexual somente quando se sentir preparado, confortável e à vontade com seu companheiro(a) para viver essa experiência. 

Adolescente por ir ao ginecologista sozinha? 

Depende! Entre os 12 e 17 anos, caso não ocorra nenhum procedimento invasivo, as adolescentes podem ser atendidas sozinhas – se assim desejarem, sendo reconhecida a sua autonomia e individualidade.

O profissional deve garantir à jovem paciente o direito ao sigilo das informações obtidas durante o atendimento. Porém, ressalto que os fatores de privacidade devem ser equilibrados; isto é: não se deve diminuir a responsabilidade do familiar, sonegando o direito que os pais têm de conhecer os problemas dos seus filhos.

Durante o primeiro atendimento, os pais podem estar presentes. Já no momento que o exame físico será realizado, podemos pedir para a mãe ou pai que aguardem fora do consultório, a fim de proporcionar uma maior individualidade e respeito à privacidade da adolescente.

Por fim, lembrem-se: os dados que cito aqui são apenas uma amostra geral, mas essas experiências são totalmente individuais. Conversar com o filho sobre sexo é importantissimo para esclarecer, principalmente, o perigo das relações sexuais sem proteção e que é essencial adotar um método contraceptivo para não engravidar e evitar as temidas ISTs.

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