A menstruação é um fato muito complexo de sincronização de hormônios, pois exige uma “magia” muito grande nesse sentido.
Tudo começa no nosso cérebro, quando ocorre a produção de hormônios que vão estimular o ovário (o FSH). Ele vai “falar” para o ovário: “Vamos recrutar alguns óvulos que a gente precisa engravidar!”. E aí o organismo acaba recrutando três a quatro folículos (que são aquelas pequenas imagens pretas que aparecem no ultrassom). Dentro dos folículos tem o óvulo e é esse estímulo que faz o folículo crescer e ao mesmo tempo criar receptores para continuar crescendo.
Quando o folículo chega a um tamanho favorável, ele está apto para o surgimento de um outro hormônio que, por sua vez, irá rompê-lo (porque o óvulo que está lá dentro – e que não é possível enxergar no ultrassom – está maduro). Todo esse processo faz com que haja a ovulação mensalmente.
A menstruação vai acontecer todos os meses nas mulheres em idade reprodutiva, com o objetivo de preparar o corpo para engravidar. Quando isso ocorre, também há melhora da libido, da lubrificação vaginal, além dos picos de humor com a ciclicidade da menstruação.
E o que acontece no útero? A camada do útero cresce, fica mais grossa e com muco, permitindo que após a relação sexual o espermatozoide chegue até a tuba uterina. Quando há a fecundação, após 7 dias, o óvulo fecundado é movido para a cavidade uterina.
Quando a menstruação se torna um problema?
Quando se fala em problemas de menstruação, existem duas situações: as pacientes que têm alteração hormonal, oscilação de comportamento, dor de cabeça e TPM, e também têm as pacientes que sofrem com aumento de fluxo e muita cólica.
Se o problema é em relação à produção hormonal, é necessário tratar com algo que haja no cérebro, inibindo a ovulação e a produção hormonal, de forma que ela fique monótona – e isso pode ser feito com as progesteronas isoladas ou com DIU de progesterona no útero para o sangramento.
Por exemplo: a paciente sangra muito e tem dor de cabeça. Eu, como profissional, tenho que indicar um tratamento capaz de inibir o cérebro, pois essa dor de cabeça, que vem da ovulação, é caracterizada pelo ciclo menstrual. Agora, se há TPM e o tratamento for feito com um DIU Mirena, não vai adiantar, porque não vai ocorrer a inibição do cérebro.
Ou seja, é necessário dividir as causas para poder fazer a melhor escolha de tratamento para sintomas causados pela menstruação. Todo profissional precisa escolher o melhor tratamento hormonal de acordo com cada paciente.
A temida cólica menstrual
Existem situações que contribuem para que algumas mulheres tenham maior predisposição para sofrer com cólicas menstruais, são elas:
• Ter menos de 30 anos
• Ter um histórico familiar de cólica
• Fumar
• Ter sangramento intenso
• Ter menstruação irregular
• Nunca ter tido filhos
• Menstruar antes dos 11 anos
E de quem é a culpa? Das prostaglandinas! As prostaglandinas desencadeiam contrações musculares no útero que interrompem a irrigação para o endométrio e, assim, expulsam o tecido que menstrua.
Essas contrações podem causar dor e inflamação, pois o nível de prostaglandina aumenta logo antes do início da menstruação. Além disso, há doenças que causam cólica, como tensão pré-menstrual (TPM), endometriose, mioma, adenomiose, estenose cervical – e esses casos devem ser investigados.
Dicas de tratamento domiciliar para as mulheres que sofrem com cólicas:
• Almofada de aquecimento na área pélvica ou nas costas;
• Massagem no abdômen e banho morno;
• Exercícios físicos regulares;
• Refeições leves e nutritivas, além de práticas de técnicas de relaxamento ou ioga;
• Medicamentos anti-inflamatórios, como ibuprofeno, alguns dias antes do período esperado;
• Vitaminas e suplementos (vitamina B-6, vitamina B-1 e vitamina E);
• Ácidos gordurosos de ômega-3;
• Cálcio e magnésio.
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