Janeiro Verde: a luta contra o câncer de colo de útero

23 de janeiro de 2020

O mês é marcado pelo Janeiro Verde, uma campanha contra o câncer de colo de útero (também chamado de câncer cervical). Infelizmente, por ano, seis mil mortes ocorrem no Brasil por causa da doença, sendo que é a quarta maior causa de morte de mulheres no país. A campanha foi lançada pela Sociedade Brasileira de Cancerologia e tem como foco a prevenção.

O principal  fator associado à doença é o HPV – ele invade as células, mudando as características das mesmas, e a lesão pode se tornar um câncer de colo de útero. Ao longo do tempo, a transmissão da doença ocorre durante a relação sexual, pois há contato direto com a mucosa infectada. O uso de preservativo ainda é um dos meios de se prevenir, mas os exames de rotina, como o Papanicolau, também são importantes para detectar a doença ainda no começo. Já fiz um texto aqui no blog falando só sobre o assunto – acesse clicando aqui.

Um pequeno gesto, como a vacinação, pode salvar vidas, pois essa sim é a prevenção mais eficaz. Ela é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14. Mulheres e homens adultos podem se vacinar em clínicas particulares, caso queiram, e, de acordo com novas perspectivas de estudo, parece que isto se tornará uma rotina no futuro.

Apesar do alto potencial preventivo, a vacina do HPV tem gerado controvérsias que repercutem na aceitação e na adesão por parte dos usuários. O problema da receptividade à vacina do HPV é uma preocupação mundial, pois muitas pessoas se posicionam contra, mas é indiscutível a capacidade potencial deste imunobiológico para reduzir a incidência do câncer cervical.

Vacinar adolescentes, sim!

É preciso conscientização e, principalmente, uma ação dos pais para que possam garantir a vacinação dos jovens. Por mais que a conversa sobre relação sexual ainda seja um tabu em muitas famílias, o incentivo à vacinação por parte dos pais é fundamental, pois os dados são alarmantes. É um ato de amor vacinar seus filhos e filhas.

Por iniciarem uma vida sexual mais precoce e ativa, os meninos exercem um papel fundamental na transmissão do vírus, constituindo um público carente de maior atenção. Por meio da vacinação deles, pode-se apresentar bons resultados. Um grande problema identificado nas pesquisas (parece absurdo): existem pais que se responsabilizam apenas pela imunização preconizada à infância e não se sentem responsáveis pela imunização dos adolescentes, como também há pais que não autorizam a administração da vacina HPV aos adolescentes por receio de a mesma resultar em estímulo ao ato sexual.

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Os conhecimentos gerados pela ciência devem ser empregados para educar pessoas e aumentar a receptividade, já que a carência de dados seguros ou – o pior, ao meu ver – as informações distorcidas podem gerar medo e elevar a recusa. Observa-se a segunda situação em contextos nos quais a veiculação de dados sem evidências científicas por redes sociais ou por grupos contrários à vacinação geram repercussões negativas permanentes e de difícil reversão, causando dificuldade de receptividade às vacinas.

Sintomas silenciosos

Um dos maiores problemas do câncer de colo de útero é que é uma doença silenciosa. Em muitos casos, não há sintomas. Quando há, geralmente, são quadros de dor ou sangramento irregular.

O tratamento é realizado com cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

A procura por um ginecologista é essencial e o acompanhamento médico com exames de rotinas são fundamentais para a saúde da mulher. Cuide-se!