Como falar sobre sexo com os filhos

13 de novembro de 2020

Você sabe como falar sobre sexo com seus filhos? Você conversa sobre o assunto com eles???

Muitas vezes, os pais também podem atrasar conversas sobre sexualidade porque têm medo de colocar ideias na cabeça de seus filhos antes de estarem “prontos” ou porque equiparam falar sobre sexualidade com dar permissão ao adolescente para explorar comportamentos sexuais.

Na verdade, a educação sexual e a comunicação entre pais e filhos sobre sexualidade estão associadas ao retardo da atividade sexual e ao uso mais consistente de anticoncepcionais. Sabe por quê? Porque as conversas com os pais têm o potencial de se tornarem os pontos de referência pelos quais os adolescentes medem outras informações sobre a sexualidade, e servem como um amortecedor contra a atividade sexual precoce.

Nós, pais, tendemos a excluir tópicos positivos associados à sexualidade, como prazer, amor e relacionamentos saudáveis, em favor de tópicos negativos e avisos, pois temos medo ao invés de confiar. Quando confiamos, passamos conceitos e criamos um caminho de mão dupla. Ao optarmos por conversas somente em tópicos negativos, ficamos associando sexualidade a gravidez, infecções sexualmente transmissíveis (DSTs), abuso e exploração. Assim, passamos medo e desconfiança: o adolescente tende a ver o sexo de forma ambígua porque tiramos dele a sua humanidade e associação ao relacionamento.

A orientação dos pais é necessária à medida que os adolescentes se desenvolvem, mas os pais precisam ter informações precisas e completas de conceitos específicos para compartilhar com seus adolescentes.

Falando sobre sexualidade em geral

A base para a comunicação sobre sexualidade é lançada na primeira infância e ocorre ao longo de muitas interações e “momentos de ensino” – oportunidades que surgem para iniciar uma conversa ou fornecer informações sobre um tópico. É importante que você crie esta janela cedo e de forma natural.

O engraçado é que os pais acreditam que se comunicam mais frequentemente sobre sexo do que seus filhos adolescentes, em parte porque consideram uma gama mais ampla de tópicos relacionados ao sexo do que os jovens, incluindo avisos generalizados indiretamente relacionados ao sexo, como alertas: fique longe de meninos ou use preservativo. Entretanto, os pais optam por advertências gerais porque não sabem por onde começar ou como podem ser mais específicos.

Por isso, muitos pais se concentram em fornecer informações factuais e mecânicas sobre sexo, negligenciando a discussão de emoções, prazer sexual e valores. Provavelmente, existe o medo de que retratar o sexo de uma maneira muito positiva possa atrair e encorajar a experimentação.

Sendo assim, eles podem precisar de ajuda para entender que as conversas sobre sexualidade podem ser factuais e positivas em relação ao sexo, ao mesmo tempo que comunicam limites e valores. Essas conversas são momentos oportunos para os pais relacionarem seus valores e expectativas em relação ao comportamento do filho. Por exemplo, “Se você faz sexo, acreditamos que é importante usar preservativo para sua saúde e segurança. Os preservativos ajudam a prevenir DSTs e gravidez indesejada.”

O problema não é o fazer o sexo, mas por quê? O sexo tem que ser um ganho para o adolescente, uma experiência positiva e, de preferência, precedida pelo envolvimento amoroso.

A importância dos termos técnicos!

Sei que falar sobre sexo com os filhos não é fácil, mas devemos começar com nomes anatômicos.

Há cada vez mais evidências de que o uso de palavras anatomicamente corretas – como pênis, escroto, vagina e vulva – é benéfico para o desenvolvimento inicial da confiança corporal, da autonomia e da segurança das crianças. Muitos pais se sentem mais à vontade para ensinar aos filhos palavras genéricas, lúdicas ou que distraem para identificar sua anatomia.

Existe alguma preocupação de que o uso de eufemismos transmita a mensagem de que essas partes são embaraçosas, secretas ou vergonhosas. Usar nomes anatômicos e corretos para essas partes facilita as conversas sobre como mantê-los saudáveis, limpos e seguros. Falar confortavelmente sobre esses tópicos no início ajudará as crianças a expressarem preocupações sobre saúde, doença, relacionamentos, sexo, vergonha, exploração ou abuso no futuro.

Conforme a criança se aproxima da idade pré-adolescente, os pais devem começar a conversar com ela sobre a puberdade e o que isso significa para sua aparência física, seus sentimentos e sua capacidade reprodutiva. Os “anos de pré-puberdade” – quando algumas crianças iniciam o processo de maturação puberal – começam já na escola primária. Em uma classe de sétimo ou oitavo ano, é provável que algumas meninas tenham começado a desenvolver odor corporal, seios, pelos pubianos e altura. As mudanças em alguns meninos podem começar nos anos subsequentes.

Devemos ensinar e fazê-los compreender o processo o suficiente para serem respeitosos com a sexualidade e dar informações sólidas para que não perpetuem o desconhecido, já que eles conversam muito entre eles e, para alguns, esta é a única informação que terão quando seus pais são omissos neste quesito.

Ainda tem dúvidas sobre como falar sobre sexo com os filhos? Escreva para mim!