Conheça 5 mitos sobre o hímen

20 de maio de 2021

Convido vocês a desvendarem alguns mitos sobre o hímen. Começo este texto desvendando o MITO 1: será que o hímen é um tecido membranoso que cobre completamente o orifício vaginal?

O hímen é uma membrana na abertura da vagina. No início da vida fetal, a vagina é inicialmente formada como um tubo sólido; com o tempo, a parte interna se desintegra, tornando-se uma estrutura tubular oca. Na extremidade inferior do tubo, uma membrana fina, o hímen, geralmente permanece.

Frequentemente, essa membrana se rompe nos primeiros dias de vida; pode permanecer como uma borda de membrana ao redor do orifício vaginal, ou como uma membrana com uma ou mais pequenas aberturas ou locais de ruptura que cobrem parcialmente a vagina.

Raramente o hímen cobre o orifício vaginal completamente, pois isso não permite a saída da menstruação “hímen imperfurado”. Existem diferentes configurações do hímen comumente, são elas: anular (também conhecido como circunferencial), crescente e fimbriado (com projeções em formato de dedo).

As configurações menos comuns do hímen são:
✅ Septados (em que há duas aberturas com uma faixa de tecido entre elas);
✅ Cribiformes (com múltiplas aberturas);
✅ Microperfurados (em que o orifício do himenal é extremamente pequeno);
✅ Imperfuradas (em que não há nenhuma abertura himenal).

FATO: a aparência do hímen muda com a idade. Isso mesmo! A forma, o tamanho e a flexibilidade do hímen variam e mudam significativamente ao longo da vida de uma mulher. À medida que a puberdade se aproxima, o hímen torna-se espesso, podendo assumir uma aparência fimbriada ou crescente, e a elasticidade aumenta. Por isso, relações sexuais muito precoces levam normalmente a mais lacerações vaginais, dor e sangramento.

O hímen e as relações sexuais

A presença ou ausência de tecido himenal pode ser usada para determinar se uma menina ou mulher já teve relações sexuais – esse é o MITO 2!

Alterações na anatomia do tecido do hímen, não são necessariamente indicativas de relação sexual (consensual ou não consensual). Em culturas em que a virgindade feminina antes do casamento é valorizada, os indicadores comumente assumidos de virgindade são um hímen “intacto” e sangue nos lençóis do leito conjugal na primeira relação sexual, como resultado do hímen ter sido “rompido”. Vários estudos médicos e científicos já refutaram essas suposições e demonstraram que não há evidências para apoiar essas crenças.

MITO 3, explico uma grande dúvida: toda mulher apresenta sangramento após a primeira relação?

O hímen é uma membrana com relativamente poucos vasos sanguíneos que, mesmo se rompidos, pode não sangrar significativamente. A penetração forçada e a falta de lubrificação podem causar lacerações na parede vaginal, sendo que ambas são mais provavelmente responsáveis pelos “lençóis manchados de sangue”.

Vários estudos documentaram que o sangramento não é rotineiramente observado após a primeira relação sexual da mulher.

Em meninas pré-púberes, o hímen e a vagina são menores e menos elásticos do que em mulheres adolescentes e adultas e, consequentemente, o trauma devido à penetração é mais provável de ser evidente e mais característico . Em mulheres pós-púberes, ou no início de sua vida sexual, o hímen pode esticar, permitindo a penetração vaginal com mínima ou nenhuma lesão.

Apenas uma pequena parte dessas mulheres exibirá alterações no hímen indicativas de trauma penetrante. Sendo assim, o hímen pode ou não sangrar ao romper.

Mitos sobre o hímen: exame e identificações do médico

MITO 4: o exame vaginal do hímen pode determinar se ocorreu agressão sexual (especificamente, penetração não consensual).

As alterações da aparência do hímen são inespecíficas e, sem corroboração com a história e / ou outras formas de evidência; nenhuma conclusão médica ou legal pode ser inferida apenas pelo exame do hímen, pois ele barra na ideia dos diferentes tipos de hímen, o que comprova a agressão são lacerações, machucados com hematomas e outros exame.

Os médicos são bem treinados para identificar a morfologia e fisiologia do hímen e tirar conclusões com base em sua inspeção e exame – será? Dentre os mitos sobre o hímen, explico o MITO 5!

Na verdade, os médicos recebem pouco treinamento ou exposição à avaliação da morfologia do hímen. Mesmo para médicos experientes, pode ser extremamente difícil diferenciar entre lacerações ou outras alterações resultantes da penetração vaginal e alterações morfológicas, que ocorrem naturalmente.

Tire sempre suas dúvidas com o médico de confiança! Ainda tem dúvida sobre esse assunto? Escreva para mim ou confira o meu Instagram!