Reposição hormonal: o que fazer diante da escassez de medicamentos?

24 de fevereiro de 2022

Nos últimos meses, a escassez de produtos destinados à reposição hormonal tem causado preocupação entre as mulheres que fazem o tratamento com hormônios. Essa situação, que é motivada por diversas questões, também afeta a vida dos profissionais de saúde. 

Apesar do cenário desafiador, existem algumas alternativas para quem deseja manter o bem-estar e não pensa em interromper a terapia de reposição hormonal. Para amenizar os sintomas da menopausa – como as intensas ondas de calor e a insônia –, os géis de estradiol e os pellets são excelentes opções. 

Gel de estradiol e implantes: quais os benefícios na reposição hormonal? 

O gel de estradiol, que deve ser aplicado na pele em uma área de dois palmos para ser totalmente absorvido, contribui para a saúde dos ossos, coração e cérebro. 

Além dos géis, outra alternativa para dar continuidade no tratamento de reposição hormonal são os pellets e implantes de estradiol. Com duração de aproximadamente seis meses, esse método pode ser um forte aliado das mulheres que esquecem com frequência o horário de tomar os medicamentos, já que eles são inseridos sob a pele. 

No entanto, existem algumas desvantagens quando comparamos o uso dos géis com o dos adesivos. Com esse método, é importante que a paciente tenha cuidado durante a aplicação, passando uma quantidade adequada de gel – que pode variar de pessoa para pessoa –  sem esfregar a pele.

Uso do gel de estrogênio deve ser associado com a progesterona

O estrogênio, como disse anteriormente, gera inúmeros benefícios à saúde. Porém, o uso desse hormônio não é favorável para o útero. Esse órgão necessita de uma substância que faça o contraponto do crescimento do tecido que menstrua. 

Isso significa que o estrogênio faz com que o endométrio, tecido localizado no interior do nosso útero, cresça. A presença da progesterona impede esse crescimento – ou seja: “não, não vai crescer aqui” – gerando sangramento se o tecido cresce demais.

Em resumo, a progesterona transdérmica, aplicada através da pele, não tem uma boa absorção e não faz a proteção endometrial, por isso não existe no mercado farmacêutico esse tipo de apresentação. 

Para a proteção do útero, recomendamos o uso dos géis atrelados ao endoceptivo com progesterona, que é o Mirena, ou progesterona micronizada via oral na dose de 100 mg diariamente. Mas você pode tomar 200 mg, 14 dias por mês, e menstruar! 

Portanto, a decisão fica a seu critério! Recomendo, apenas, que evitem o uso do gel de progesterona durante a reposição hormonal. Em todo caso, procure o seu médico se houver alguma dúvida sobre o assunto – e entre em contato comigo através das minhas redes sociais