Reposição hormonal melhora qualidade de vida da mulher?

5 de agosto de 2022

Quando falamos sobre como o tratamento de reposição hormonal melhora a qualidade de vida das mulheres, precisamos entender que existem trabalhos que comprovam a segurança de determinadas doses e associações – e a base disso tudo é o estradiol!

Entretanto, é muito comum encontrar mulheres que temem os efeitos desse tratamento – e com razão! A quantidade de informação equivocada e de mitos que questionam se a reposição hormonal realmente traz benefícios são altíssimas!

Por isso, adianto para vocês que sim, a reposição hormonal melhora a qualidade de vida, mas não é capaz de fazer milagre. Infelizmente, existe uma série de profissionais prometendo uma “vida boa” com o uso de hormônios. 

Quando me deparo com esse tipo de conduta, digo que essa é a verdadeira arte de se enganar. Muitas pacientes desejam algo por um preço mais acessível e, tendo isso em mente, procuram profissionais não qualificados. 

É importante compreender que a reposição hormonal é um ato de responsabilidade e não uma promessa de vida boa. Desrespeitar tudo que temos de publicação e todos os trabalhos que envolvem o acompanhamento em longo prazo desta exposição ao hormônio é, sem dúvida alguma, um ato de ego individual.

Reposição hormonal pode aumentar o risco de câncer de mama?

Devido à presença do estradiol na reposição hormonal, muita gente acredita que existe uma relação entre o aumento de câncer de mama e o uso desse hormônio. No entanto, isso é uma inverdade.

Na realidade, trata-se de um caso a cada mil pacientes em relação às mulheres que não fazem reposição. Em alguns trabalhos feitos com roedores, o estriol pareceu proteger do câncer de mama, mas isso não foi traduzido em humanos. 

Pode ser que tenhamos algum trabalho no futuro que apoie o estriol para reposição hormonal na forma transdérmica, visando proteção da mama. No momento, eu faria os seguintes questionamentos para os profissionais que o prescreve:

– Vai proteger a mama? Qual a diretriz que nos orienta nesse sentido?

– Com relação aos ossos, quais trabalhos e diretrizes apoiam o uso isolado de estriol transdérmico com esse objetivo?

– Conforme a diretriz, progesterona transdérmica não protege o endométrio. Portanto, por que usar?

–  Ao colocar testosterona, estriol e progesterona na mesma fórmula, quem garante a absorção?

Por isso, eu sempre digo: cabe a você, paciente, decidir se quer ou não ser enganada. Eu prefiro fazer o que tem embasamento, não tenho ideias próprias ou conceitos mirabolantes – tenho estudo e sigo os mestres que estudam. Os acadêmicos podem parecer muito rigorosos, mas falamos de vida e saúde; um erro pode comprometer – em longo prazo – a sua vida e você nem vai saber.

Importância da reposição hormonal para a saúde vaginal

A vagina, diferente do que muitos imaginam, precisa de hormônios – que são responsáveis por manter a população de lactobacilos, que deixam o pH vaginal equilibrado. Além disso, eles preservam a produção de glicogênio (açúcar) pelas células, que se compõem como “montanhinhas” que, por sua vez, acumulam secreções que mantêm a vagina elástica e com boa defesa. 

Isso reduz as chances da mulher desenvolver infecções vaginais e urinárias. Costumo dizer que uma vagina com hormônios parece um acordeão, capaz de esticar e contrair, permitindo uma vida sexual satisfatória. Mas afinal, o que podemos usar para manter a camada vaginal adequada? Eu te conto: estriol vaginal 1gr; estradiol 10 mcg; promestrieno; laser.

Todos estimulam as células, mantendo a irrigação vascular e permitindo que elas sejam muitas “montanhinhas” espessas. Quando fica lisa e dura, a vagina perde a lubrificação e a elasticidade – e não para por aí: a capacidade de defesa também é reduzida e, a partir disso, começam as infecções urinárias e a dor durante as relações sexuais. 

Em resumo: a reposição hormonal melhora a qualidade de vida sim, amenizando sintomas da menopausa e os efeitos do envelhecimento. Para saber mais sobre esse e outros assuntos relacionados à ginecologia, entre em contato!