Ondas de calor que surgem inesperadamente, sudorese noturna e irregularidade menstrual: com a chegada da menopausa, diversas mudanças ocorrem no nosso organismo – entre elas, as alterações repentinas de humor e os distúrbios de sono.
De acordo com alguns estudos, as mulheres estão mais propensas a desenvolver transtornos relacionados ao sono, principalmente após a chegada da menopausa. Estima-se que cerca de 16% a 42% do público feminino, que está na fase de pré-menopausa, tem dificuldades para dormir.
Durante a perimenopausa, termo usado para definir o período que antecede a menopausa, os números são ainda maiores: varia entre 39% a 47%; enquanto na pós-menopausa os distúrbios do sono afetam de 35% a 60% das mulheres.
Com a chegada da menopausa, a insônia é o distúrbio que as mulheres mais costumam se queixar. Dificuldade para adormecer, despertar frequentemente durante a madrugada e acordar antes do despertador são algumas das consequências desse tipo de transtorno.
Além disso, a queda da produção de estrogênio caminha junto dos sintomas de calor na região do tórax e do pescoço – e essa condição contribui ainda mais para a piora do sono.
No entanto, se tratarmos os sintomas logo após a chegada da menopausa, com tratamentos à base de estrogênio ou estrogênio-progesterona, teremos uma melhora significativa desses efeitos.
Como saber se estou entrando na menopausa?
O quadro de irregularidade menstrual, com ciclos mais longos ou mais curtos, pode ser um sinal de que você está passando pelo período que antecede a menopausa. Nessa fase, é importante adotar alguns cuidados.
No caso das mulheres que observaram uma diminuição do ciclo menstrual após a chegada da menopausa, recomendamos o tratamento feito à base de progesterona na segunda fase do ciclo – ou seja: depois da ovulação, por um período de 12 a 14 dias, conseguindo recuperar o equilíbrio.
Outra forma de regularizar o ciclo, caso ele tenha se tornado mais longo e intenso, é recorrer ao uso de medicamentos que diminuem o fluxo durante a menstruação. Além disso, podemos recomendar o uso de DIU com hormônio, que pode reduzir o fluxo em 70%.
Sendo assim, após a tempestade hormonal, seu fluxo menstrual será reduzido até chegar o momento em que você não irá mais menstruar – isto é: fará parte do time das menopausadas!
Quais as recomendações para a terapia de reposição hormonal?
A terapia de reposição hormonal (TRH) é indicada para amenizar os sintomas gerados em nosso organismo após a chegada da menopausa. No entanto, existem alguns critérios para o tratamento que são analisados por nós, profissionais, antes de prescrevê-lo.
Mulheres que estão na menopausa há mais de 10 anos não podem fazer reposição hormonal e eu explico: essa norma de tempo foi estabelecida para minimizar os eventos cardiovasculares desfavoráveis, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infartos.
Sabemos que antes mesmo da chegada da menopausa, mulheres enfartam menos que os homens por conta do efeito protetor do estradiol. Porém, após 10 anos sem menstruar, a mulher que não recebeu doses suficientes de estradiol provavelmente apresenta placas ateromatosas, como:
- Aorta (barriga)
- Carótida (pescoço)
- Coronariana (coração)
Nesse caso, ao receber o estradiol, a placa de colesterol (gordura) que está presa no vaso sanguíneo poderá soltar, e isso pode levar a um infarto ou AVC. Os sintomas de calor duram, em média, sete anos. Após esse período, é muito difícil uma mulher apresentar esses efeitos colaterais.
Entretanto, se esses sintomas forem muito persistentes, é importante realizar uma avaliação rigorosa dos possíveis riscos com um cardiologista. Em caso de dúvida, entre em contato comigo através das minhas redes sociais!