Há algumas semanas, recebi o relato de uma seguidora que abordava um assunto muito importante e bastante sério: os efeitos colaterais da gestrinona. Por isso, decidi escrever a respeito do tema para desmistificar alguns conceitos e esclarecer questões relacionadas a esse hormônio.
Na mensagem enviada, a seguidora informou que por mais de 20 anos fez uso de um anticoncepcional bastante conhecido – até então, sem nenhuma consequência negativa. Entretanto, ao interromper a medicação, por motivos não mencionados, a mulher perdeu cerca de 70% do cabelo.
Ainda segundo a seguidora, a queda de cabelo foi interrompida após seis meses e os fios voltaram a crescer normalmente. Contudo, a ingestão de gestrinona causou um efeito totalmente adverso.
E aí entramos em uma questão de extrema importância: algumas pessoas vão responder negativamente a algumas drogas, como ocorreu no caso relato. Ao contrário do que muitos pensam, a gestrinona é um medicamento excelente, mas acabou caindo na rede de drogas anabólicas – falaremos disso mais pra frente.
É importante ressaltar, antes de tudo, que não estou dizendo que esse hormônio é “bonzinho” – afinal, são vários os efeitos colaterais da gestrinona . No entanto, a gestrinona é excelente para o tratamento de cólicas, sangramentos, endometriose e miomas, pois esse é o seu escopo.
A grande questão é que, infelizmente, muita gente usa esse hormônio para fins estéticos. Por não ser esse o propósito da medicação, nos deparamos com tantos relatos de efeitos colaterais da gestrinona.
Outro ponto muito importante, ainda envolvendo esse caso, é a falta de retorno ao médico. Segundo a seguidora, ela não voltou ao consultório para conversar com o profissional que prescreveu a medicação. Por isso, preciso fazer um alerta muito importante.
Quando a medicação é prescrita, pressupõe-se que sabemos tratar os possíveis efeitos colaterais. Sendo assim, voltar com o profissional que prescreveu determinada medicação é essencial para metrificar os insucessos.
Não se esqueça: efeitos adversos acontecem com qualquer medicação! Nada é inócuo ou livre de qualquer efeito colateral.
Qual a relação da gestrinona com o dopping?
Dentro da questão das drogas anabólicas, mencionadas anteriormente, falaremos sobre os efeitos da gestrinona e da sua relação com o dopping. Você, por acaso, já ouviu falar na tetrahidrogestrinona?
A tetrahidrogestrinona – ou simplesmente THG – é a filha absurdamente potente da gestrinona. Usada via oral, basta uma gotinha para que os músculos apareçam com força e potência!
E quando eu falo potência, quero dizer 10x mais forte que a nandrolona! Muita coisa, né?! A THG se liga ao receptor DHT e não tem efeito anti-estrogênio, o que aumenta ainda mais a sua potência. Mas diferentemente da gestrinona, ela nunca foi comercializada.
Criada por Patrick Arnold para driblar o exame antidoping, a THG foi usada por vários atletas de alto nível, como os velocistas Marion Jones e Dwain Chambers, e o ex-jogador de basquete, Barry Bonds.
Marion Jones, inclusive, ganhou três medalhas de ouro fazendo uso da THG durante os Jogos de Sydney, em 2000. Por conta de ser uma molécula-mãe, a gestrinona e sua filha, THG, caíram na lista da Wada – Agência Mundial Antidoping. Estão incluídas nessa relação algumas drogas que usamos no dia a dia, tais como:
- Letrozol;
- Anastrozol;
- Clomifeno;
- Raloxifeno;
- Tamoxifeno;
- Diuréticos;
- Corticoides;
- Esteroides.
E é assim, devido ao uso inadequado ou pelo abuso, que perdemos sempre. Tem dúvidas sobre os efeitos colaterais da gestrinona? Entre em contato comigo!