Muitas mulheres pensam que a reposição hormonal tem como único – e total – objetivo melhorar a vida sexual. Na realidade, o tratamento com implante de testosterona pode ajudar a prevenir os prolapsos pélvicos e a controlar quadros leves de incontinência urinária.
No caso das pacientes que fizeram a retirada do útero e sofrem com o prolapso da musculatura pélvica, também conhecido como “bexiga caída”, o implante de testosterona é uma excelente alternativa. De acordo com estudos, mulheres que fizeram a administração do hormônio por um período de seis meses apresentaram melhora significativa do quadro.
Entre as mulheres idosas, o implante de testosterona também demonstrou ser efetivo em casos de incontinência urinária – os famosos escapes de urina –, que prejudicam a qualidade de vida da paciente e afetam a sua autoestima.
Entretanto, os benefícios desse tratamento vão muito além. Segundo o resultado de trabalhos realizados em mulheres histerectomizadas (que fizeram a retirada total do útero) e que possuem deficiência androgênica, o implante de testosterona gerou um aumento expressivo da área do músculo central, avaliada por Ressonância Magnética (RM).
Testosterona pode causar efeitos colaterais?
Sim, a testosterona pode provocar efeitos indesejados, mas isso depende dos níveis administrados. No caso de altas doses, as mulheres podem observar mudanças no timbre da voz, tornando-a mais rouca.
Além disso, a testosterona também pode ser responsável pela queda de cabelo, acne e seborreia de forma mais intensa. Portanto, não devemos repor em doses altas para não termos os efeitos de virilização, que caracterizam um corpo masculino, atingindo níveis muito maiores do que nas mulheres.
A dosagem de testosterona recomendada para uma mulher – em níveis séricos – deve ser de até 100 ng/dl. Já nos homens, o valor ideal pode ser de, no mínimo, 350 ng/dl.
Implante de testosterona é dispensável?
Existe uma situação recorrente que é desprezada e, particularmente, me incomoda muito, envolvendo mulheres que tiraram o útero e os ovários, questionando a necessidade delas realizarem ou não o tratamento de reposição hormonal.
Normalmente, repomos apenas o estrogênio e não incluímos a testosterona. Por que isso acontece? Simplesmente porque não existe um hábito cultural dos médicos de repor esse hormônio devido a uma série de trabalhos e conceitos que foram feitos ao longo dos anos, transformando a testosterona em vilã.
Porém, digo a vocês o seguinte: a reposição, quando é feita de forma adequada e com valores equilibrados, pode trazer inúmeros benefícios à saúde da mulher. Para saber mais sobre implante de testosterona e outros assuntos relacionados à ginecologia, acompanhe minhas redes sociais! Se tiver dúvidas, entre em contato comigo – será um prazer ajudá-la!