Quais hormônios são indicados para a terapia de reposição hormonal?

14 de março de 2022

O corpo humano é uma verdadeira máquina, capaz de executar tarefas complexas e inimagináveis. Quando pensamos no funcionamento do corpo feminino, ficamos ainda mais impressionados com a vasta capacidade de desempenhar funções. Contudo, a chegada da menopausa provoca um declínio na produção de hormônios, que pode ser refreado com a terapia de reposição hormonal (TRH). 

Você deve estar se perguntando: o que a baixa produção de hormônios provoca no organismo? A resposta não é simples, afinal, são várias as alterações típicas desse período. Ondas repentinas de calor, oscilação de humor e alterações no sono são algumas das mudanças observadas com a chegada da menopausa.

No entanto, a nossa vagina também sofre com o declínio hormonal. Com a baixa produção de hormônios, a vulva fica ressecada, pouco elástica e dolorosa – principalmente durante as relações sexuais. Esse incômodo se torna presente até mesmo entre as mulheres que não têm uma vida sexual ativa, já que durante esse período podem surgir sintomas como ardência ao urinar, desconforto vaginal, incontinência e infecções urinárias de repetição.

Para amenizar esses sintomas, a terapia de reposição hormonal feita com o estrogênio vaginal – na forma de estriol – é considerada um excelente método. Estudos comprovaram que esse tratamento apresentou superioridade em comparação aos lubrificantes e hidratantes vaginais para a melhora da atrofia vulvovaginal – ele não cai na corrente sanguínea e nem chega ao útero, porque o tecido que menstrua não cresceu. Ou seja: é seguro! 

Estradiol durante a terapia de reposição hormonal

O uso do estradiol deve ser feito continuamente durante a terapia de reposição hormonal – todos os dias! Você não interrompe a reposição do estradiol, faz apenas uma dose mais baixa daquela que era produzida durante a sua juventude (faixa dos 20 e 30 anos), mas a aplicação deve ser contínua!

O que a gente associa nas pacientes que têm útero é a progesterona, para que esse estrogênio contínuo – não benéfico apenas para o endométrio, tecido localizado no interior do útero – não cresça demais. O estrogênio precisa ser contínuo e aplicado em doses baixas para que faça, de fato, efeito de forma segura.

Durante a terapia de reposição hormonal, o hormônio deve ser estradiol, 17 beta estradiol ou valerato de estradiol. É importante ressaltar que o estradiol utilizado é um hormônio natural sintético, fabricado a partir da planta – isto é: bioidêntico. Fica com a fórmula igual àquela produzida pelo nosso organismo.

Entretanto, ele não é bioidêntico no sentido de que é retirado de outra mulher, mas sim, de que é fabricado de uma forma em que é capaz de exercer a mesma função daquele produzido pelo nosso organismo.

Isso significa que o mesmo princípio ativo usado pela indústria farmacêutica também é utilizado pela manipulação. Não se deixe enganar: Estradiol, 17 beta e valerato são hormônios que têm a mesma função do nosso corpo, mas nenhum deles é bioidêntico.

Ter miomas uterinos é contraindicação para a terapia de reposição hormonal? 

Não existe contraindicação para a terapia de reposição hormonal em mulheres que tenham miomas uterinos. Na verdade, o que tem sido discutido é o diagnóstico prévio deles, que muitas vezes tem sido considerado uma contraindicação para a sua prescrição. 

Isso porque os miomas uterinos tendem a diminuir durante a menopausa e, muitas vezes, tornam-se assintomáticos, não exigindo tratamento na maioria das pacientes. Por isso, muitos profissionais têm medo que a reposição faça com que cresçam.

Com o aumento da expectativa de vida, estima-se que 1,2 bilhão de mulheres em todo o mundo atingirão a menopausa até 2030 – um evento fisiológico na vida da mulher, mas que carrega uma carga significativa, causando sintomas desagradáveis e debilitantes em até 60% delas. Os mais comuns são:

  • Sintomas vasomotores
  • Síndrome geniturinária da menopausa
  • Osteoporose
  • Insônia
  • Depressão
  • Ganho de peso

Até o momento, há várias opções terapêuticas para tratar os sintomas relacionados à menopausa. A escolha da terapia mais adequada é essencial para as mulheres com miomas uterinos, principalmente as sintomáticas e que já apresentam miomas volumosos.

Porém, fique atenta: se os miomas não forem tão grandes, você pode se beneficiar da terapia de reposição hormonal. Mas caso eles sejam muito volumosos, é importante conversar com um profissional, que é o único que poderá avaliar a melhor conduta. 
Lembre-se: a automedicação não é indicada em hipótese alguma. Procure o seu médico ou entre em contato comigo através das redes sociais!